Produtores rurais sofrem com penalizações injustas por incêndios florestais

Os incêndios florestais têm sido um problema crescente, causando prejuízos massivos ao setor agrícola. Em muitos casos, os produtores rurais são os principais afetados, perdendo hectares de plantações, animais, pastagens, e até áreas de vegetação nativa. O impacto econômico é devastador e vai além das perdas materiais: os produtores também são obrigados a restaurar áreas afetadas pelo fogo, lidando com a recuperação do passivo ambiental. Contudo, em vez de receber apoio, os produtores rurais estão sendo injustamente penalizados por esses incêndios, o que levanta questões sérias sobre a abordagem governamental em relação ao combate às queimadas.

O Impacto Devastador dos Incêndios Florestais

Os incêndios florestais têm gerado grandes perdas no setor rural, com cerca de 2,8 milhões de hectares atingidos, resultando em prejuízos financeiros e danos irreparáveis à biodiversidade. Além das perdas diretas, como a destruição de plantações e a morte de animais, os produtores são obrigados a regenerar áreas de vegetação nativa, conforme exige a legislação ambiental. O custo dessa recuperação, tanto financeiro quanto de mão de obra, representa um peso imenso para os produtores que já sofrem com as consequências imediatas do fogo.

Penalizações Injustas e Desproporcionais

O que agrava ainda mais essa situação é a política governamental atual, que prioriza penalizações ao setor rural, muitas vezes de forma severa e injusta. Recentemente, o governo ampliou as punições para os produtores rurais por meio do Decreto nº 12.189/2024. Esse decreto, além de aumentar as multas, também estabelece punições severas, como embargos em áreas afetadas pelos incêndios e sanções administrativas que incluem a suspensão de créditos e restrições em registros e licenças.

No entanto, muitas dessas penalizações recaem sobre produtores que não tiveram qualquer envolvimento na origem dos incêndios. Em várias situações, o fogo começa em áreas públicas ou propriedades vizinhas e se alastra sem que o produtor rural tenha controle ou responsabilidade sobre isso. A inversão do ônus da prova, que obriga o produtor a provar sua inocência, tem gerado uma situação insustentável, onde ele já sofre com perdas econômicas e, ao mesmo tempo, precisa lidar com multas e embargos. Isso gera um cenário de injustiça, onde o produtor rural, além de ser vítima do incêndio, é tratado como culpado.

Falta de Políticas de Prevenção e Apoio

Ao invés de criar políticas que incentivem a prevenção de queimadas e promovam o uso de tecnologias modernas de combate ao fogo, o governo tem se concentrado em ampliar as sanções aos produtores rurais. Essa abordagem punitiva ignora a realidade do campo e desconsidera a necessidade de suporte técnico e financeiro para que os produtores possam adotar medidas preventivas mais eficazes.

O uso de brigadas de incêndio, técnicas de manejo preventivo e acesso a equipamentos adequados são medidas que poderiam reduzir significativamente os focos de incêndios, mas que carecem de incentivos governamentais. Infelizmente, o setor rural tem sido responsabilizado de forma desproporcional, e o apoio necessário para evitar que esses incêndios se repitam é escasso.

A Luta pela Justiça no Campo

É fundamental que haja um equilíbrio entre a responsabilidade dos produtores e o apoio governamental. Penalizar aqueles que já enfrentam as consequências dos incêndios sem oferecer alternativas viáveis de prevenção apenas agrava a situação no campo. A recuperação dos prejuízos causados pelo fogo exige um esforço conjunto entre o setor rural e o governo, com políticas que incentivem a adoção de novas tecnologias e promovam a proteção das propriedades de forma mais eficaz.

Como a ABDAGRO (Associação Brasileira de Defesa do Agronegócio) defende, a solução não está em punir severamente os produtores, mas em criar um sistema justo, que forneça apoio técnico e financeiro para que o setor rural tenha condições de lidar com os incêndios de maneira preventiva e eficiente. Além disso, é necessário garantir que os produtores rurais não sejam responsabilizados injustamente por incêndios que eles não causaram.

O Que Pode Ser Feito?

A criação de políticas preventivas é urgente. Tecnologias que ajudem a evitar o alastramento dos incêndios, como sistemas de monitoramento e controle de queimadas, precisam ser incentivadas pelo governo. Além disso, os produtores precisam de assistência técnica e apoio financeiro para implementar essas tecnologias e adotar medidas preventivas que garantam a proteção de suas terras.

Outro ponto fundamental é o fim da inversão do ônus da prova, que tem penalizado produtores por incêndios que eles não provocaram. É necessário um processo justo e equilibrado, que responsabilize apenas aqueles que, de fato, são culpados por negligência ou uso indevido do fogo. Ao focar em ações preventivas e justas, o governo poderá ajudar a proteger o setor rural e garantir que os produtores possam continuar suas atividades de forma sustentável e segura.

Conclusão

Os incêndios florestais têm trazido prejuízos devastadores para o setor rural, e a abordagem governamental atual, baseada em punições severas e injustas, não contribui para a solução desse problema. Ao responsabilizar produtores que muitas vezes são vítimas das queimadas, o governo agrava ainda mais a situação no campo. É fundamental que haja um equilíbrio entre responsabilidade e apoio, com políticas que incentivem a prevenção e garantam a justiça para o produtor rural. Sem isso, o setor continuará a sofrer os impactos das queimadas, sem ter os recursos necessários para se recuperar e proteger suas propriedades.

Se você é um produtor rural, fique atento às ações de defesa promovidas pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e pela ABDAGRO, que estão lutando por um sistema mais justo para o campo. A união e o apoio do setor são essenciais para garantir que os produtores não sejam injustamente responsabilizados e possam continuar sua importante contribuição para a economia e a sociedade.

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