PIB do Agronegócio Brasileiro registra queda de 3% em 2023, apesar de crescimento na produção.

O último relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro sofreu uma queda de 3% em 2023. Esse declínio é atribuído principalmente à diminuição nos preços de diversos produtos agrícolas e pecuários, apesar do aumento na produção.

No quarto trimestre de 2023, o PIB do agronegócio registrou uma queda de 2,07%, revertendo a tendência de recuperação observada nos dois primeiros trimestres do ano. Esse cenário de baixa nos preços impactou significativamente diversos segmentos do setor, desde o segmento primário até as indústrias agroindustriais e os agrosserviços.

De acordo com os pesquisadores do Cepea/CNA, os preços mais baixos afetaram tanto os produtos agrícolas quanto os pecuários. No setor primário, houve reduções significativas nos preços de culturas importantes, como algodão, café, milho, soja e trigo, além de bovinos, aves e leite. Nas agroindústrias, destacam-se quedas nos preços de biocombustíveis, produtos de madeira, óleos vegetais e na indústria do café, entre outros. Já nas indústrias pecuárias, os preços mais baixos influenciaram sobretudo as indústrias de laticínios e de abate e processamento de carne e pescados.

No segmento primário, o PIB registrou uma queda de 1% em 2023, mesmo com o crescimento de 5,11% na agricultura. Esse aumento na produção agrícola foi impulsionado pelo recorde na safra e pela redução dos custos de produção. No entanto, na pecuária, houve uma forte redução de 10,61% no ano, principalmente devido à queda nos preços de produtos como leite, bovinos e frangos para corte.

Já no segmento agroindustrial, o desempenho foi misto, com queda de 2,05% no ano. Enquanto as agroindústrias de base agrícola registraram uma baixa, as de base pecuária tiveram um crescimento de 4,07%. A queda nos preços exerceu pressão sobre o resultado das indústrias agrícolas, enquanto a redução nos custos com insumos impulsionou o desempenho das indústrias pecuárias.

Os agrosserviços também foram afetados, com uma queda de 1,31% no ano, principalmente devido à redução nos agrosserviços agrícolas. No entanto, os agrosserviços pecuários registraram um crescimento de 4,06%, refletindo as dinâmicas dos segmentos a montante.

Apesar da queda no PIB do agronegócio, é importante destacar que o setor continua desempenhando um papel fundamental na economia brasileira, correspondendo por 23,8% do PIB do país. As oscilações nos preços e na produção fazem parte da natureza do agronegócio, mas é essencial buscar políticas e estratégias que possam mitigar os impactos dessas flutuações e promover um crescimento sustentável do setor.

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