A pecuária brasileira, uma das colunas vertebrais do agronegócio nacional, está enfrentando um novo e preocupante desafio. Um alerta é feito: o mercado da carne está sob ameaça.
O Problema do TAC da Carne
O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) da carne, que existe há quase 15 anos, tem sido uma ferramenta utilizada para bloquear propriedades rurais consideradas inaptas para a venda de carne devido a questões ambientais. No entanto, o que antes era uma medida de controle, agora se transformou em um obstáculo praticamente intransponível para muitos produtores. As propriedades que tiveram desmatamento após uma determinada data estão sendo arbitrariamente bloqueadas, impossibilitando os produtores de venderem seus produtos para a indústria.
Esse bloqueio não é apenas uma questão burocrática; ele tem consequências devastadoras para os produtores rurais, que ficam impedidos de comercializar seu gado, gerando prejuízos financeiros significativos e colocando em risco a sobrevivência de suas propriedades. O impacto disso pode ser sentido em todo o país, especialmente em regiões como o Pará, onde a situação já está complicada.
A Urgência da União no Setor Agro
O alerta não é apenas sobre o problema imediato, mas sobre a necessidade de união do setor agropecuário para enfrentar essa crise. O agronegócio brasileiro, um dos mais fortes do mundo, ainda enfrenta desafios internos, como a desunião entre seus integrantes. Segundo Raphael Barra, essa falta de coesão pode agravar ainda mais a situação.
“Vamos nos unir mais do que nunca”, enfatiza. A urgência é clara: sem uma resposta coordenada, o setor pode enfrentar um período extremamente complicado. A ABDAGRO já está tomando medidas para enfrentar essa ameaça, com um parecer jurídico sendo preparado para orientar os produtores sobre como proceder diante dessa situação.
As Consequências de Ignorar o Alerta
Ignorar esse alerta seria repetir erros do passado. O exemplo mais recente é o problema das demarcações indígenas, que muitos acreditavam ser restrito ao Norte do país. No entanto, as consequências rapidamente se espalharam para o Sul e Sudeste, afetando estados como Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. Mesmo regiões sem histórico de conflitos indígenas foram afetadas, mostrando que o impacto dessas questões pode se espalhar de forma rápida e imprevisível.
O Que Fazer Agora?
Para os produtores rurais, a recomendação imediata é revisar toda a documentação ambiental de suas propriedades. Procurem o engenheiro ambiental que fez o trabalho na sua propriedade e verifiquem se tudo está em ordem. Qualquer irregularidade pode ser um motivo para que sua propriedade seja alvo de bloqueios, então a prevenção é fundamental.
Além disso, mantenha-se informado e em contato com associações como a ABDAGRO, que estão na linha de frente dessa luta. Estar atualizado sobre as medidas que estão sendo tomadas e compartilhar informações com outros produtores pode fazer a diferença na proteção dos seus negócios.
O setor agropecuário brasileiro enfrenta mais uma tempestade, mas com união e ação coordenada, é possível superar os desafios. A situação atual exige atenção e preparação, mas também uma resposta coletiva forte. A pecuária brasileira, que já enfrentou e superou muitos desafios, tem agora mais uma oportunidade de mostrar sua resiliência e capacidade de adaptação. Se você é produtor, não fique à margem dessa discussão — envolva-se, proteja seu negócio e ajude a fortalecer todo o setor.