Os produtores de leite no Brasil enfrentam uma luta constante contra problemas financeiros, agravada em 2023 pela crise estrutural de eficiência e competitividade nas fazendas. O aumento das importações de produtos lácteos, principalmente da Argentina e do Uruguai, contribuiu para esse cenário desafiador.
No último ano, as importações de lácteos cresceram 68,8%, alcançando 2,2 bilhões de litros, resultando em preços de compra abaixo do custo de produção, situado entre R$ 1,80 e R$ 2,25 por litro, conforme a ABRALEITE. Em Minas Gerais, principal região produtora com 9,4 bilhões de litros anuais, a FAEMG lançou a campanha “Minas Grita Pelo Leite” para sensibilizar autoridades e a população sobre a crise.
O movimento busca medidas de proteção para os produtores em todo o país e recentemente reuniu cerca de 7 mil produtores em Belo Horizonte para pressionar o governo. Manifestos assinados pelo presidente da FAEMG e pelo governador de Minas Gerais foram enviados a Brasília, enquanto um “gritômetro” foi instalado na sede da FAEMG para monitorar a resposta do governo.
Esses esforços não são novidade, com protestos anteriores em agosto de 2023. As importações afetam os produtores brasileiros, criando um excesso de oferta que reduz os preços locais, enquanto o leite importado, subsidiado, desestimula os produtores locais e diminui o número de propriedades leiteiras.
A longo prazo, essa situação pode tornar o mercado brasileiro mais dependente das importações. O governo está implementando medidas de ajuda, como a prorrogação de dívidas de crédito rural e a criação de linhas de crédito para capital de giro. Essas ações visam auxiliar os produtores a enfrentar os desafios enfrentados no setor.